Publicado 1 de agosto de 2023
Será que cada hábito nosso tem impacto sobre o Planeta?
A escassez dos recursos naturais é uma realidade, e é urgente atuarmos para inverter esta tendência. É altura de assumirmos o nosso papel, de repensarmos o que consumimos todos os dias para conseguirmos travar este caminho para o limite do nosso Planeta.
Um sinal de alarme?
Sim, e o consumismo é o responsável. Quem o diz são os estudos científicos.
David Attenborough, um Naturalista Britânico que admiro desde a minha adolescência, e a razão da minha paixão pela ciência e natureza, demonstra no seu documentário “O Nosso Planeta”, disponível na Netflix, o impacto da era industrial sobre os recursos, em que o lema parece ser: Extrair, extrair, extrair! Uma ação que está a levar a Terra ao seu limite.
É urgente agirmos.
Estamos a colocar a economia à frente de tudo e de todos, e à frente da ordem natural das coisas. É necessário despertar e restabelecer o equilíbrio entre o Ser Humano e a Natureza. Nós, os seres vivos, não sobrevivemos sem os recursos naturais.
Ao contrário das máquinas, precisamos do sol, do vento, da água, da terra, e dos recursos naturais para suprirmos as nossas necessidades fisiológicas, conforme descreve a pirâmide de Maslow: respirar, comer, água, sexo, sono, homeostase e excreção.
Para satisfazermos as necessidades fisiológicas precisamos de repensar os nossos hábitos, nomeadamente os hábitos de consumo.
Consumir menos = menor quantidade de resíduos.
Ao tomarmos consciência do que consumimos na alimentação ou na satisfação das nossas necessidades básicas, por exemplo, conseguimos poupar recursos.
É necessário fecharmos o círculo.
Para além de nos consciencializarmos que temos que reduzir, devemos também adotar novas soluções. A engenharia e a investigação, fruto da nossa inteligência, dão-nos caminhos para novas formas de tratar os materiais que deixaram de ter utilidade. Este fim de vida útil passa a ser o início de novos produtos, de uma nova vida. Deste modo, deixa de haver resíduo.
Esta magia dos materiais é a forma de fecharmos o círculo, de diminuirmos o impacto sobre o ambiente e de preservar os recursos naturais. A esta magia chamamos: Economia Circular.
Além da ciência por trás da criação de soluções funcionais, o ser humano também cria regulamentação, que permite aos países ter um guia comum. O novo CEPA (Circular Economy Action Plan) surgiu com esse objetivo. Centra-se nas fases de conceção e produção na economia circular, com a finalidade de garantir a manutenção dos recursos no sistema de produção e o consumo durante o máximo de tempo possível, designadamente através de medidas em setores com potencial de circularidade elevada: eletrónica, embalagens, plásticos, alimentos e têxteis.
Como amante da natureza, sinónimo de vida, entro na circularidade desta nova perspetiva: dar vida aos resíduos. E este é o objetivo da PreZero rumo a uma economia circular, onde juntos podemos evoluir para uma sociedade de zero resíduos. Acredito que esta nova forma de pensar e de agir, traz esperança à vida do nosso Planeta.
Termino, lançando o desafio a cada um de nós: Começar a pensar de forma consciente e sustentável, assumindo a responsabilidade dos nossos hábitos diários. Assim, estaremos a passar um legado às gerações futuras, prolongando a vida do nosso Planeta. Este é o caminho! Alinhas?
Paula Neto
Técnica de propostas da PreZero Portugal
Licenciada em Engenharia do Ambiente pela Universidade de Aveiro, trabalha desde 2013 na área de Propostas e Projetos do Departamento Técnico da PreZero Portugal. Iniciou o seu percurso profissional na área do ambiente há 20 anos, passando pelas áreas de Sistemas integrados de Qualidade, Ambiente e Segurança, e pela Indústria como responsável operacional de Serviços Urbanos e Gestão de Resíduos.